sábado, 5 de janeiro de 2008

PAIO PERES CORREIA COMENDADOR DE ALCÁCER DO SAL

A parte mais original deste trabalho foi a que colocámos em linha até ao momento. A partir daqui vamos principalmente apresentar o que outros investigadores reuniram.
Com pouco mais de vinte anos, Paio Peres Correia terá entrado na Ordem da Cavalaria de Santiago. Assim, em 1230, é já «ádito» à Ordem. Em 1235, ostenta o título de comendador de Alcácer do Sal.

Em carta de doação da vila de Aljustrel à Cavalaria de Santiago, datada de 31/3/1235, Sancho II já se lhe dirige nestes termos: a vós, Paio Peres, comendador de Alcácer («vobis Pelagio Petri commendatori de Alcacer»)[1].
Alcácer do Sal havia sido definitivamente arrebatada aos Mouros em 1218, numa difícil batalha da iniciativa do bispo de Lisboa e em que participaram centenas de Cruzados. Um deles deixou um poema que exalta o memorável acontecimento.
Ser comendador nessas paragens era então, para este jovem e aguerrido espatário, um grande desafio. Desafio que ele largamente venceu.
Provavelmente sob o seu impulso, a reconquista ganha nova dinâmica. As vitórias cristãs sobre os Mouros multiplicam-se (Moura e Serpa devem ter sido conquistadas em 1232; Aljustrel, em 1234; Mértola e Alfajar de Pena, em 1238; Aiamonte e Cacela, em 1239 ou 1240; Alvor, em 1240 ou 1241; Tavira e Paderne, em 1242).
A ser assim, o autor da cantiga de escárnio é mesmo muito injusto com este novel espatário.

[1] A Aljustrel há-de Paio Peres Correia dar foral, em 1252. Veja-se a parte inicial do documento:
Esta é a carta de foro que mandámos fazer, eu, D. Paio Peres, pela graça de Deus Mestre da Ordem da Cavalaria de Santiago, juntamente com Gonçalo Peres, comendador de Mértola, com o convento do mesmo lugar, a vós, povoadores de Aljustrel tanto presentes como futuros: damo-vos pois o foro e o costume de Alcácer (...)


NB - Na imagem, trecho das muralhas de Alcácel do Sal.

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